sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mudando o dia

Já é quase hora de mudar
Falta pouco,
Faltam minutos e segundos
Falta alguém acordar
Mas como acordar se ainda nem dormiu?
Mas que tolice,
Não se dorme enquanto se espera algo
Pode-se não despertar
Nem querer levantar
Agora já mudou o dia
Enqunto com as palavras me distraia
Mas não me perdi
Estava buscando sintonia
Buscando rima
Uma especie de melodia
Já estamos em outro dia
Sabia que era só promessa
Que tu não me ligarias
Mas não deixei de acredita
Isso me faz não te esquecer
Motivos tenho
Motivos desonestos
Eu diria
Também diria que já se passaram os minutos fugidos
Eu fingi não vê-los
Gosto de me enganar
Pra ser feliz faço isso
O que eu não faria?
As palavras mudo
Mudo minutos, segundos
Mudo até o dia.
(Ivan Lutee )

_________ULTIMATUM

"Mandato de despejo aos mandarins do mundo
Fora tu reles esnobe plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas
Charlatão da sinceridade e tu, da juba socialista, e tu qualquer outro.
Ultimatum a todos eles e a todos que sejam como eles todos.
Monte de tijolos com pretensões a casa
Inútil luxo, megalomania triunfante
E tu Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral que nem te queria descobrir.
Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular
Que confundis tudo!
Vós anarquistas deveras sinceros
Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores para quererem deixar de trabalhar.
Sim, todos vos que representais o mundo, homens altos passai por baixo do meu desprezo
Passai, aristocratas de tanga de ouro,
Passai frouxos
Passai radicais do pouco!
Quem acredita neles?
Mandem tudo isso para casa, descascar batatas simbólicas
Fechem-me tudo isso a chave e deitem a chave fora.
Sufoco de ter só isso a minha volta.
Deixem-me respirar!
Abram todas as janelas
Abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo.
Nenhuma idéia grande, nenhuma corrente política que soe a uma idéia grão!
E o mundo quer a inteligência nova
O mundo tem sede de que se crie
O que aí está a apodrecer a vida, quando muito, é estrume para o futuro.
O que aí está não pode durar porque não é nada.
Eu, da raça dos navegadores, afirmo que não pode durar!
Eu, da raça dos descobridores, desprezo o que seja menos que descobrir o mundo novo.
Proclamo isso bem alto, braços erguidos, fitando o Atlântico
e saudando abstratamente o infinito."

____________________(Álvaro de Campo)